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Socioemocional e aluno: um novo olhar para a educação

  • abr 10, 2025
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Em um cenário de constantes mudanças, marcado por desafios emocionais e uma realidade social cada vez mais complexa, a educação básica precisa ampliar seu papel para além da simples transmissão de conteúdos acadêmicos. As competências socioemocionais tornam-se fundamentais como pilares de uma formação verdadeiramente integral, capacitando os estudantes a reconhecer e gerenciar suas emoções, desenvolver relações interpessoais saudáveis e tomar decisões conscientes e responsáveis ao longo de suas vidas.

O que são habilidades socioemocionais?

As habilidades socioemocionais são um conjunto de competências que envolvem o reconhecimento e a gestão das próprias emoções, a empatia, a resolução de conflitos, a tomada de decisões responsáveis e a construção de relacionamentos saudáveis. Elas são essenciais para o bem-estar, a convivência e o sucesso na vida pessoal, acadêmica e profissional.

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), essas competências fazem parte da formação integral do aluno e devem ser trabalhadas transversalmente em todas as áreas do conhecimento, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

Por que a valorização dessas habilidades se tornou uma tendência?

1. Aumento dos problemas emocionais entre os estudantes

Relatórios de organizações como a UNESCO e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam para o crescimento dos casos de ansiedade, depressão, bullying e outros problemas emocionais entre crianças e adolescentes. A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais esse cenário, tornando evidente a necessidade de cuidar da saúde mental no ambiente escolar.

2. Demandas do mercado de trabalho

Empregadores têm priorizado profissionais com habilidades como colaboração, resiliência, comunicação e liderança. A escola, como espaço formativo, precisa preparar os estudantes para esse novo perfil profissional.

3. Melhora no desempenho acadêmico

Estudos mostram que alunos emocionalmente equilibrados aprendem melhor. Programas que desenvolvem competências socioemocionais tendem a impactar positivamente o rendimento escolar, a motivação para aprender e a permanência na escola.

Como as escolas podem desenvolver essas competências?

1. Currículo estruturado com foco socioemocional

A adoção de programas estruturados (como o Programa Compasso, LIV, ou iniciativas do Instituto Ayrton Senna) tem ganhado força. Esses programas oferecem conteúdos, atividades e materiais didáticos para trabalhar temas como autoestima, empatia, respeito, escuta ativa, entre outros.

2. Formação continuada para educadores

Para que as competências socioemocionais sejam efetivamente desenvolvidas, é essencial que os professores e colaboradores estejam preparados. A escola precisa investir na formação de sua equipe pedagógica, promovendo espaços de escuta, autocuidado e desenvolvimento emocional dos próprios educadores.

3. Projetos e vivências práticas

Feiras culturais, rodas de conversa, oficinas de resolução de conflitos, assembleias de classe, práticas de mindfulness e até atividades de mediação de pares são exemplos de vivências práticas que promovem o desenvolvimento socioemocional no dia a dia escolar.

4. Uso de tecnologias que apoiam o bem-estar

Plataformas digitais como diários emocionais, aplicativos de apoio à saúde mental e ferramentas de monitoramento de clima escolar podem ser aliadas da escola. Softwares de gestão escolar como o SIAEWEB, por exemplo, podem ser integrados a estratégias que acompanham o bem-estar de alunos e professores, com indicadores e alertas sobre aspectos emocionais.secretaria-eficiente (1)
 

Estudos de caso no Brasil

1. Implementação de programas de educação socioemocional

Um estudo realizado em escolas públicas brasileiras investigou a eficácia de programas voltados para o desenvolvimento de competências socioemocionais. Os resultados indicaram melhorias significativas no comportamento dos alunos, aumento da empatia e redução de conflitos interpessoais. Esses achados ressaltam a importância de integrar tais programas ao currículo escolar.

2. Projeto "Escola da Inteligência" de Augusto Cury

Idealizado pelo Dr. Augusto Cury, o programa "Escola da Inteligência" tem como objetivo desenvolver habilidades socioemocionais em estudantes de diversas faixas etárias. Implementado em várias instituições de ensino no Brasil, o programa baseia-se na Teoria da Inteligência Multifocal e busca promover a gestão das emoções, pensamento crítico e construção de relações saudáveis.

Sugestões e dicas para  implementação

  • Formação Continuada de Professores: Capacitar os educadores para identificar e trabalhar as competências socioemocionais em sala de aula.
  • Ambiente Escolar Positivo: Criar um clima escolar que promova o respeito mútuo, a inclusão e o bem-estar emocional.
  • Parcerias com Famílias: Envolver os pais e responsáveis no processo educativo, promovendo uma abordagem integrada entre escola e família.
  • Atividades Extracurriculares: Oferecer oficinas, grupos de discussão e projetos que incentivem a prática das habilidades socioemocionais.

Contribuições de Augusto Cury para a educação socioemocional

O Dr. Augusto Cury, renomado psiquiatra e autor brasileiro, tem se destacado por suas contribuições na área da educação socioemocional. Sua obra "Inteligência Socioemocional" oferece ferramentas práticas para pais e educadores lidarem com desafios emocionais, como ansiedade, depressão e estresse, promovendo uma educação mais humanizada e eficaz.

Além disso, Cury desenvolveu a "Teoria da Inteligência Multifocal", que analisa o funcionamento da mente humana e propõe estratégias para o desenvolvimento de habilidades emocionais e cognitivas, fundamentais no ambiente educacional.

Confira a palestra do Dr. Augusto Cury sobre o papel da educação socioemocional no ambiente escolar.

Panorama Nacional: Normas, Programas e Diretrizes

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabeleceu, entre suas 10 competências gerais, quatro ligadas diretamente à dimensão socioemocional: autoconhecimento, empatia, cooperação e responsabilidade. A partir desse marco legal, o Ministério da Educação criou a Estratégia Socioemocional do Programa Brasil na Escola, regulamentada pela Portaria MEC 177/2021.

Esse programa apresenta três eixos:

  • Manual de Implementação Escolar,
  • Formação de Facilitadores,
  • 75 Planos de Aula estruturados com base na BNCC, divididos em 25 etapas.

Essa estrutura permite que a educação socioemocional seja implementada de forma intencional, transversal e sistemática.

Fundamentos Teóricos: O que dizem os especialistas?

Segundo o pesquisador Roger Weissberg (CASEL), as habilidades socioemocionais podem ser agrupadas em cinco núcleos:

  • Autoconhecimento
  • Autogestão
  • Consciência social
  • Habilidades de relacionamento
  • Tomada de decisão responsável

Essas competências têm impacto comprovado em indicadores de longo prazo, como sucesso acadêmico, empregabilidade, saúde mental e comportamento cívico (Taylor et al., 2017).

O Relatório Jacques Delors (UNESCO, 1998) já propunha os pilares da Educação do Século XXI, entre eles: aprender a ser e aprender a conviver — diretamente relacionados ao desenvolvimento emocional.

Dados e Evidências

  • 70% dos jovens relataram piora no estado emocional após a pandemia (CONJUVE, 2021);
  • Escolas com programas socioemocionais apresentam aumento de 11% no desempenho acadêmico (Durlak et al., 2011);
  • Estudantes com habilidades socioemocionais bem desenvolvidas têm 25% mais chances de sucesso profissional (OCDE, 2015);
  • 21% dos jovens entre 14 e 25 anos apresentam sintomas de depressão (Indicador GEduc, 2023);
  • 1 em cada 10 estudantes brasileiros é ou já foi vítima de bullying (PISA, 2015).

Avaliação: Como mensurar o progresso?

A utilização de instrumentos como a Escala Likert é essencial para diagnóstico e acompanhamento. Exemplos de afirmativas que podem ser aplicadas aos estudantes:

  • "Consigo manter a calma quando estou com raiva." (1 a 5)
  • "Trabalho bem em equipe." (1 a 5)
  • "Tenho facilidade em me colocar no lugar do outro." (1 a 5)

Essas escalas podem ser aplicadas trimestralmente e analisadas por equipe pedagógica e psicossocial.

Sugestões práticas para as escolas

  1. Criar rotinas de acolhimento: escuta ativa, rodas de conversa, diálogos individuais.
  2. Aplicar atividades semanais com base nos planos do Programa Brasil na Escola;
  3. Capacitar docentes com foco em gestão de emoções e práticas de empatia;
  4. Integrar famílias com encontros e formações socioemocionais;
  5. Mapear situações de risco como ansiedade, bullying e depressão com apoio de indicadores.

Exemplo de tabela: Núcleos e Práticas

NúcleoPrática Escolar
AutoconhecimentoDiários emocionais, roda de sentimentos
AutogestãoPlanejamento pessoal, metas de aula
Consciência socialProjetos de diversidade e empatia
RelacionamentoAtividades em grupo, mediação de conflitos
Tomada de decisãoSimulações, debates e estudos de caso

Considerações finais

Promover a educação socioemocional é assumir um compromisso com a formação humana. Ao investir em práticas estruturadas, em consonância com a BNCC e programas oficiais como o Brasil na Escola, as instituições conseguem transformar o ambiente escolar em um espaço mais acolhedor, empático e propício ao desenvolvimento integral.

É chegada a hora de colocar as emoções no centro do projeto pedagógico. A educação do futuro é aquela que ensina a ser humano.

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